Pigmentação é a coloração normal ou anormal da mucosa oral, possui etiologia multifatorial, a grande maioria é fisiológica, mas as vezes pode ser a precursora de doenças severas. Mudanças de coloração do tecido oral podem gerar evidências diagnósticas significantes para doenças tanto locais como sistêmicas. A pigmentação se deve a uma enorme variedade de lesões e condições e tem sido associada à fatores etiológicos endógenos e exógenos.
Quanto à etiologia, a pigmentação oral acomete homens e mulheres sem distinção, a intensidade e distribuição da pigmentação racial da mucosa oral é variável, não somente entre raças, mas entre indivíduos da mesma raça e em diferentes áreas da boca em um mesmo indivíduo. Provavelmente a pigmentação fisológica é determinada geneticamente, mas o grau de pigmentação é parcialmente relacionado à estímulos mecânicos, químicos e físicos. Há controvérsia sobre a relação entre idade e pigmentação oral.
A gengiva inserida é o tecido intraoral mais comumente pigmentado (27,5%), seguido da gengiva papilar, gengiva marginal e mucosa alveolar, sendo que a maioria ocorre na face vestibular. A tonalidade do pigmento é classificada de marrom escura, preta, marrom e marrom claro amarelado.
O diagnóstico diferencial de pigmentações de mucosa oral é feito de acordo com as seguintes situações:
1. Pigmentações localizadas: tatuagem por amálgama, nevus, máculas melanóticas, melanoacantoma, melanoma, sarcoma de Kaposi, xantoma verruciforme.
2. Pigmentaçõe múltiplas ou generalizadas:
Genéticas: pigmentação racial ou fisológica, síndrome de Peutz- Jegher, síndrome de Laugier-Hunziker, hiperatividade endócrina, síndrome de Carney, síndrome de Leopard e lentiginosa profusa.
Drogas: fumo, betel, antimaláricos, antimicrobianos, minociclina, amiodarona, clorpromazina, ACTH, ketoconazol, metildopa, busulfan, contraceptivos orais e exposição à metais pesados (ouro, bismuto, mercúrio, prata, cobre).
Endócrinos: doença de Addison, síndrome de Albright, acantosis nigricans, gravidez e hipertireoidismo.
Pós inflamatórias: doença periodontal e repigmentação gengival pós cirúrgica.
Outros: hemocromatose, neurofibromatose generalizada, doença de Whipple, doença de Wilson, doença de Gaucher, HIV, talassemia, cisto gengival pigmentado e deficiências nutricionais.
O reconhecimento, identificação, avaliação clínica e diagnóstico das pigmentações de mucosa oral é de grande importância devido ao possível risco de serem características de doenças sistêmicas, síndromes, efeitos adversos de drogas ou malignidades.
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